quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Daniel, o desportista

Para além de excelente aluno, Daniel era também um bom desportista, não se cansando de entrar em todos os jogos para que era convidado, fossem de basquetebol, futebol ou voleibol.
Era reconhecido na sua escola como um verdadeiro artista nas modalidades desportivas.
Só que, naquele dia, Daniel encontrava-se numa encruzilhada: naquele dia, sabia que uns senhores iriam visitar a sua escola e escolher alguns alunos para fazerem parte de uma equipa. Só que ele não sabia de quê……

(António Cruz)

Soube dias depois: estava convocado para jogar na equipa de futebol da escola. Futebol, aquilo que ele mais queria! Mas tudo se passou assim:

(5ºC - David e Roberto)

o Daniel tinha um colega que era sobrinho de um treinador de um grande clube de futebol (um dos observadores que iriam à escola ver os atletas) e que sabia que o seu desporto preferido era o futebol. Falou então ao tio sobre o Daniel: disse-lhe que tinha um colega que era o melhor da equipa da escola e pediu-lhe que fosse lá vê-lo jogar. O tio concordou e lá apareceu com o seu colega para ver se o miúdo valia a pena.

(5ºA - Duarte e Luís Carlos)

Daniel jogou, também naquele dia, com grande destaque na equipa e, além de ter sido o melhor marcador, foi também o melhor jogador em campo. Que alegria! Estava encantado da vida!

(5ªC - Diogo e André)

Os senhores gostaram tanto do jogador que resolveram levá-lo para treinar com os mais novos do seu clube. E lá foi o Daniel, todo contente!

(5ºA - Duarte e Luís Carlos)

Daniel treinava no clube (era o Andorinha), já há 3 anos, quando um belo dia o treinador chegou lá e disse:
- Daniel, estás convocado para os avançados.
- Obrigado, treinador, por me passar para os avançados.
- Vais jogar no próximo jogo, Andorinha-Marítimo.
Quando o jogo acabou a equipa do Daniel tinha empatado 3 - 3.

(5ºA - Marcelo e Hugo)

Mas, como o jogo era a Final do Campeonato, teve que ser decidido a penaltis, e quem ganhou foi a equipa do Daniel (5-3).
O treinador gostou muito de vê-lo em campo.
Uma semana depois, quando o Daniel foi treinar, trazia uma má notícia:
- Eu tenho de sair do Andorinha porque tive notas baixas e a minha mãe não me deixa vir treinar mais. Talvez volte daqui a um mês, se conseguir melhorar…

(5ºC - Oriana e Miguel)

O Daniel andava muito aplicado, depois de sair do Andorinha, para poder voltar de novo à equipa.
Algum tempo depois, o Daniel teve um teste na disciplina de Português. Quando a professora trouxe o resultado da ficha de avaliação, o Daniel teve uma boa nota e a directora de turma decidiu falar com a sua mãe. E disse:
- O seu filho teve bons resultados na ficha de avaliação de Português. Se calhar já lhe podia tirar o castigo…
(5ºC - Lisandra e Leocádia)

A mãe do Daniel tirou-lhe o castigo mas com uma condição: ele tinha de tirar boas notas até ao final do ano lectivo.
Assim, o Daniel foi para o treino e o resto dos colegas ficaram contentes porque ele tinha voltado para a equipa. Quanto ao treinador, estava mesmo MUITO contente por ele ter voltado para a equipa porque ele era o melhor. O Daniel era o craque do Andorinha e estava a fazer muita falta!!

(5ºA - Joana e Andreína)



No primeiro treino, e ao chegar ao relvado, ele encontrou Alex Rocha, o melhor jogador dos juvenis. Ficou muito contente, parecia-lhe que aquilo era sinal de boa sorte!
O treino correu muito bem e o treinador estava muito contente com o desempenho da sua equipa e do Daniel, em especial.
(5ºA - Cláudia, Marisa e Érica)

Escolhido para fazer parte da equipa inicial que iria jogar contra um dos grandes da Liga, Daniel estava confiante em que iria ter um bom desempenho. E assim foi. No dia do tal jogo, alinhando desde logo a ponta de lança, Daniel viria a marcar o primeiro golo da sua equipa que, ao final dos 90 minutos acabaria empatada com o seu adversário. Só que Daniel não conseguiria chegar ao final do jogo. Num lance de ataque à baliza adversária, Daniel viria a sofrer uma grave lesão aos 83 minutos de jogo. Uma lesão que o obrigaria a sair de campo em maca e a ser assistido no hospital mais próximo.
O veredicto dos médicos foi o pior: Daniel nunca mais poderia jogar futebol, ou outro desporto qualquer, já que a partir dessa data estava impossibilitado de se mover pelos seus próprios meios.
Apanhado de surpresa, ainda mal refeito das notícias que acabava de receber, Daniel chorou todas as lágrimas que um ser humano consegue chorar, amaldiçoando o dia em que tivera a infeliz ideia de se tornar jogador de futebol. Ainda internado no hospital, passaram-se os primeiros dias sobre o acidente no campo de futebol e as más notícias que tinha recebido dos médicos.
Mas Daniel era um rapaz cheio de força de vontade, persistente, um rapaz que não baixava os braços perante o pior dos cenários. E, acima de tudo, adorava o desporto. Foi então que tomou uma importante decisão na sua vida...

(António Cruz)

- Desistir é uma grande parvoíce! – Decidiu o Daniel
Então resolveu…
(5ºA - Carolina e Pedro)

… recomeçar lentamente o treino. Devagarinho, mas com grande força de vontade, Daniel foi fazendo exercícios diariamente e…
… passado um mês, Daniel já estava praticamente recuperado.
Então, o médico preparou-lhe uma surpresa:
(5ºA - Carolina e Pedro)

tinha combinado com o treinador dar-lhe um equipamento novo da sua equipa e também o fardamento e uma bola da sua equipa favorita. E a equipa preferida dele era...
(5ºC - Alexandre e David)

… o Chelsea. O treinador e o médico ofereceram-lhe tudo e o treinador anunciou-lhe:
- Tens de ir para os Paraolímpicos. Mas mudas para outra modalidade, basquetebol.
- Se é essa a única hipótese, está bem! Eu quero é jogar! – afirmou o Daniel.
Então resolveu treinar muito para ganhar os Paraolímpicos…
(5ºA - Carolina e Pedro)


Terminado que estava o período de recuperação, Daniel sentia-se preparado para passar a fazer parte, conforme o médico lhe tinha prometido, da equipa de basquetebol paraolímpica. Confinado que estava a uma cadeira de rodas, mas sempre ajudado pela sua enorme força de vontade e grande amor ao desporto, Daniel conseguira vencer a adversidade de nunca mais poder praticar um desporto de forma considerada "normal".
Passadas algumas semanas, Daniel foi apresentado pelo médico, que se tornara num grande amigo, ao seu novo treinador e àqueles que, provavelmente, viriam a ser os seus novos colegas de equipa.
E, desde logo, percebeu que aquela era uma equipa bem diferente das com que estivera habituado a jogar. Pareceu-lhe ser um ambiente de maior camaradagem e entreajuda, numa atmosfera descontraída e bem disposta. Daniel foi imediatamente recebido de braços abertos pelos seus novos companheiros, que lhe fizeram uma enorme festa de recepção, e lhe passaram para as mãos uma bola que marcaria uma nova etapa na sua vida de desportista.

(António Cruz)

Quando viu a bola Daniel entusiasmou-se logo, gritando:
- Pessoal, vamos lá jogar!
Durante o jogo, Daniel encestou 7 bolas.
No final, Daniel disse:
(5ºA - Carolina e Pedro)

- Pessoal, agora eu vou ser vosso companheiro de equipa. Se precisarem de alguma coisa, podem contar comigo!
E o treinador acrescentou:
- O Daniel vai ser vosso companheiro de equipa e por isso tratem bem dele. Ok?
- Ok! – disseram eles.
(5ºA - Carolina e Pedro)

- Agora vamos treinar a valer para marcar muitos cestos, como eu fiz naquele dia em que marquei 7 golos seguidos, sem parar. Para isso temos que treinar muito para ganharmos o Mundial. Ok?

- Ok, vamos a isso! Temos que treinar mesmo muito!

Treinaram dias e dias sem parar até chegar o grande jogo. Era o jogo da final do Mundial e quem ganhasse, ficaria com uma taça de todo o tamanho e …

(5ºC - Alexandre e David)

... uma medalha de ouro, para cada jogador.
Quando chegou à grande final, o treinador gritou para a equipa:
-Dêem o vosso melhor e lembrem-se de passar a bola ao Daniel, porque ele é o melhor marcador da equipa.
Quando acabou o jogo, a equipa do Daniel tinha ganho 5-3 e festejaram todos, em grande alegria …

(5ºA – Carolina e Pedro)

O treinador do Daniel convidou todos os familiares da sua equipa e fizeram uma festa de todo o tamanho. Comeram muita coisa: bolos, batata frita, guloseimas, …
No dia seguinte, o Daniel ficou doente, com muitas dores de barriga. E sentia uma dor forte no braço direito. Teve de que ir ao médico, mas nem a sua mãe nem o seu pai estavam em casa para levá-lo, por isso telefonou para um amigo da sua equipa, o Gabriel, pedindo-lhe para ir com ele. E lá foram eles…
(5ºC - Alexandre e David)

Quando chegaram ao hospital disseram ao médico o que se passava.
O médico disse-lhes que Daniel deveria…
(5ºA - Carolina e Pedro)

… estar de repouso durante uma semana e não deveria fazer esforços.
O Daniel não gostou muito da ideia, mas teve de aceitar para não ficar pior.
Quando ele chegou a casa o treinador estava à espera dele para lhe falar:

- Precisamos de ter uma conversa de homem para homem. Daniel… tu tens algum problema grave de saúde?!
- É que eu tenho um problema no músculo do braço. Mas consigo continuar a jogar…

Decidiram conversar juntos com o médico, e chamaram-no.

(5ºA - Carolina e Pedro)

- Deixa lá ver isso, pediu-lhe o médico.

E assim foi, o médico examinou-lhe o braço e, a certa altura, esboçou um leve sorriso, quase imperceptível.

- Vais ter que ir a Espanha para seres observado por um dos maiores especialistas em paralisias motoras. Talvez ele te possa ajudar.

Daniel embarcou com os seus pais passados alguns dias e, já em Barcelona - lugar onde se situava a clínica do tal especialista - foi de imediato recebido e observado. Passadas duas horas entre questionários e exames de todo o tipo, o médico espanhol perguntou-lhe se ele se importava de ser sujeito a uma intervenção cirúrgica. Nem Daniel nem os pais se importavam, já que tinham a garantia de estarem nas mãos de um dos melhores médicos do mundo naquela especialidade.

Dois dias depois Daniel viria a entrar na sala de operações e só de lá sairia passadas sete horas e alguns minutos.

No dia seguinte, e já na enfermaria, seria visitado pelo médico que o operara e que lhe disse ter a intervenção corrido muito bem. Agora só teria que esperar mais uma semaninha para ver o resultado da mesma.

Preocupados com a falta de mais informações, os pais do Daniel não deixavam o quarto por um minuto que fosse, estando sempre ao lado do seu filho e apoiando-o em tudo o que ele precisasse.

Diariamente era visitado pelo médico que se remetia a um mutismo preocupante, o que ainda mais preocupava os pais do rapaz. Mas, ao oitavo dia pós-operatório, o médico convida Daniel a levantar-se da cama e a dar alguns passos. Todos estranharam tal coisa mas, ao colocar os pés no chão, Daniel sentiu de imediato que algo tinha mudado em si. Apoiado de ambos os lados, Daniel conseguiu dar meia dúzia de passos. Tanto ele como os pais choravam de emoção e alegria quanto o médico, a um canto da enfermaria, os olhava com ternura e orgulho.

- Agora Daniel, vais ter que fazer alguns meses de fisioterapia para que, a pouco e pouco, consigas recuperar a tua capacidade motora e voltares a andar como sempre o fizeste antes do acidente.

Passaram-se oito meses de exercícios de todo o género que serviram para recuperar o seu equilíbrio, a sua massa muscular e a sua capacidade de andar.

Regressados a Portugal, Daniel quis logo ir visitar os seus colegas de equipa paraolímpica e ver como eles estavam, para além de lhes mostrar o milagre da ciência a que tinha sido submetido.

A alegria foi geral e, no final, Daniel foi convidado para ficar como treinador daquela equipa já que o actual deixaria a mesma dentro de dois meses para ir treinar uma outra modalidade que, no próximo ano, competiria nos Jogos Olímpicos.

(António Cruz)

2 comentários:

Uxka disse...

Posso sugerir que o tio fosse "olheiro" do Sporting, posso? Eu sei que andamos em maré de azar, mas...
Meninos deste e dos outros contos... que belas cabecinhas recheadas de imaginação borbulhante!
Parabéns a todos!

45cabecinhas disse...

Olá! Essa ideia chegou um bocadinho tarde, já tinhamos avançado com outra... Mas podes continuar a visitar o nosso blog e a fazer sugestões... Talvez da próxima vez a ideia chegue a tempo.:)